inquilina de ouro •

Eu nunca pensei em mim e no quanto de coisas eu poderia conseguir, se apenas quisesse, mas eu sempre comemorei quando consegui meus finais felizes, eu nunca prestei tanta atenção na caminhada, nem mesmo no esforço para fazer dar certo. Nem sempre era fácil, então eu vou usar a desculpa de não ter notado a paisagem, pois estava ocupada demais descobrindo minha própria rota.
Em determinado ponto eu precisei enxergar a mim, como ponto de partida, como um todo, no todo e me orgulhar com o pensamento de quem foi eu que chegou aonde eu estou agora, mesmo que percebendo isso, eu tenha notado que ainda estou bem distante do que espero para mim.
Eu reconheço meu esforço em tudo, em cada trabalho, estudo ou relações que tive na minha vida, eu depositei verdadeiramente meu coração e minha alma, mesmo que nunca tenha buscado um propósito concreto.
Aprendi tanto com o passar do tempo e percebi que mesmo tentando oferecer o que havia de melhor em mim, nem sempre é ou foi suficiente, porque eu buscava satisfazer outros ideais, alguns que nem sequer estavam formados também e assim, poucas coisas na minha vida tiveram o devido valor.
A questão é, quanto mais eu me conheço e mais longe vejo que posso ir, maior eu fico e ao mesmo tempo minha criança interior pede por colo, por um abraço, por um reconhecimento.
Abandonar tudo, ir embora, esquecer pessoas e lugares que não conseguem me enxergar como eu sou, estaria crescendo mais um pouco ou sendo egoísta diante dos olhares que não tem um ponto fixo? 
Cada passo que eu dou continua sendo brilhante e especial, mas o doloroso vazio mostra que eu não tenho alguém para correr e comemorar.
Eu sempre fui tão inteligente, independente, tão livre e capaz, porquê agora não sou capaz de me curar? Esperar esse abraço que nunca chega, acolhimento, pelo menos um sorriso.


Fico mais orgulhosa ainda em saber que caminhei até aqui por conta própria, porque só assim conseguiria manter tanto aqui dentro, sem que fosse notado.

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